O material foi recolhido pelo Bope na localidade conhecida como Curva do S
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De acordo com a secretaria de Segurança do Rio, até o momento, o balanço da operação Choque de Paz dá conta de cinco pessoas presas. Foram apreendidos mais de 100 tipos de armas, sendo 15 fuzis, uma submetralhadora e duas espingardas, quase meia tonelada de drogas e 75 motos. Também foram recolhidos 27 máquinas caça-níqueis, quatro rádios-transmissores, uma réplica de pistola, um notebook, um Ipod, uma câmera digital, uma barraca de camping, uma capa de colete, duas gandolas, uma farda do Exército, material hospitalar, três centrais clandestinas de TV a cabo e vinte uma mil mídias piratas, entre CDs e DVDs. Segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Segurança, durante a noite foram apreendidos um Astra, que seria do traficante Leão, um dos parceiros de Nem, e 50 cartões de crédito. O carro e o material foram levados para a 15º DP (Gávea).
No início da tarde desta segunda, um foragido da Justiça se entregou aos policias do Bope que estão na Rocinha. Aroldo dos Santos, de 31 anos, contou que estava no regime semiaberto, mas há 13 dias saiu e não retornou ao presídio, que fica em Niterói. Membros da associação de moradores da Rocinha intermediaram a rendição com o subtenente Marco Antonio Grippe, que elogiou a atitude do rapaz:
— Este é um exemplo que deve ser seguido — disse Grippe.
Aroldo contou que resolveu se entregar por causa dos filhos pequenos. A mãe, que não se identificou, ajudou a convencer o filho a se entregar:
— É um menino de ouro, mas a cabeça...
Nem tinha seguranças fora da favela, diz Beltrame
Em entrevista ao telejornal ‘Bom Dia Brasil’, da TV Globo, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico de drogas na Rocinha, preso na última quinta-feira, tinha seguranças dentro e fora da favela. Segundo ele, a partir de agora, será feita uma cronologia para esclarecer todo o processo que levou à prisão de Nem, assim como identificar todos que davam apoio ao traficante. Para Beltrame, o depoimento de Nem pode esclarecer casos de corrupção que envolvem policiais militares e civis.
— Qualquer palavra que tiver no depoimento dele (Nem) será minuciosamente avaliada. O que já tínhamos de informações sobre o caso se executou. Também vamos agir no sentido de prender essa quadrilha que atua fora da favela, já que ele contava com serviços de segurança fora da comunidade — afirma Beltrame.
O secretário afirmou ainda que, além da implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) nas comunidades, é preciso uma série de melhorias na prestação de serviços para se evitar que haja ações de corrupção nessas comunidades pacificadas. Segundo o secretário, cerca de 900 policiais devem integrar a UPP da Rocinha, segundo o site G1, da TV Globo.
— Temos que entender que uma resposta à sociedade tem que ser dada. Também cabe a nós observar para que não haja corrupção nesses locais. Que a sociedade invada essas regiões com boas ações. É isso que vai debelar o crime — declara Beltrame.
Ainda de acordo com Beltrame, a operação realizada na Rocinha, no Vidigal e na Chácara do Céu, neste domingo, foi um trabalho de inteligência e não de guerra.
— A polícia não quer confronto. É preciso planejar antes de agir. Nós precisamos encurtar cada vez mais essa distância da sociedade com a polícia. E esse resgate vem sendo realizado. A Rocinha teve resultado com lisura. Um sem o outro fica incompleto. É uma obrigação nossa a paz — disse o secretário.
José Mariano Beltrame não afirmou qual comunidade será a próxima a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora, mas deixou a entender que a implantação de UPPs na Zona Oeste também está nos planos da Secretaria de Segurança Pública.
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