sábado, 11 de maio de 2013

Procuradores pedem devolução de R$ 12 milhões de obra do Porto

Relatórios apontam que obra estaria "imprestável". Problema foi destaque da Revista Cidade Verde no final de abril.

O Ministério Público Federal no Piauí anunciou na tarde desta sexta-feira (10) que ajuizou ação para ressarcir os cofres públicos em R$ 12 milhões, por conta de supostas irregularidades nas obras do porto de Luís Correia (PI). Os procuradores pediram que a Justiça conceda liminar para tornar indisponíveis os bens de 12 pessoas que estariam envolvidas no caso, entre ex-secretários, servidores públicos e executores do projeto. 

Raoni Barbosa/Revista Cidade Verde
Fotos feitas no final de abril para a Revista Cidade Verde

A paralisação das obras e a promessa de retomada com uma nova licitação foram destaques de capa da Revista Cidade Verde na segunda quinzena de abril. A reportagem mostrou o sonho de mais de 100 anos pela obra, os novos projetos e a paralisação dos trabalhos, em função do rompimento do contrato pelo Estado com as empresas executoras.

A ação do MPF foi movida pelos procuradores da República Kelston Lages e Alexandre Assunção. Eles usam como base relatórios da Secretaria de Controle Interno da Presidência da República (CISET) e laudos de engenharia contábil elaborados pela Polícia Federal. 


Os dados da CISET também foram usados pela Secretaria Estadual de Transportes para romper o contrato com o consórcio Staff-Paulo Brígido, responsável pela obra e que contestou o laudo da Secretaria de Controle Interno na época de sua divulgação. 

Segundo o MPF, as empresas chegaram a receber R$ 11.553.525,59 dos R$ 16 milhões repassados ao Estado pelo Governo Federal.

As acusações
Os relatórios da CISET e Polícia Federal apontaram vários indícios de irregularidades, mas ambos constataram falhas na elaboração do projeto básico e ausência de licença ambiental. 

Os problemas também envolveriam possíveis superfaturamentos, transferências indevidas e, segundo o MPF, a "imprestabilidade dos serviços executados". Ou seja, o trabalho feito não teria mais serventia. 

De acordo com o laudo da PF, “o concreto executado compromete não apenas a durabilidade da obra, como também a sua solidez, por não atender ao fim a que se presta”.

Kléber Nogueira

Liminar
A liminar pedida pelo MPF quer que os bens de 12 pessoas se tornem indisponíveis, sendo três ex-secretários estaduais de Transporte, os representantes do consórcio que executava a obra, o secretário estadual de Fazenda, dois engenheiros fiscais da Setrans, dois ex-presidentes da comissão de licitação, um diretor da Secretaria Especial dos Portos e um servidor público estadual.


Além disso, foi solicitado o aprofundamento das investigações policiais para apurar se houve responsabilidade criminal dos envolvidos, para que outras providências sejam adotadas.
FONTE

Fábio Lima
fabiolima@cidadeverde.com

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