sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Mulher do primeiro "casamento gay" do Piauí denuncia esposa na polícia

Essa já seria a terceira denúncia feita por companheiras contra a acusada.

O casal símbolo da união estável em Teresina virou caso de polícia. A autônoma Lígia Helena Ferreira da Costa, 34 anos, denunciou a companheira Anísia Maria Teixeira Pereira na Delegacia da Mulher, na tarde da última quinta-feira (17).

Yala Sena/Cidadeverde.com

Lígia e Anísia se casaram em praça pública no dia 16 de maio de 2011, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que liberou a união civil estável entre pessoas do mesmo sexo. O ato na praça Pedro II também comemorou o Dia Nacional de Combate a Homofobia. 

A denunciante afirmou que a companheira a ameaçava de morte e de atear fogo em seu corpo. Segundo Lígia, a discussão mais violenta ocorreu no último sábado, quando Anísia teria pego um algodão com álcool e ameaçado jogar fogo nela. Depois, Anísia ainda teria pego um facão e ameaçado Lígia de morte. A autônoma saiu correndo da casa no Jacinta Andrade, zona Norte, e pediu socorro na Defensoria Pública. Hoje, ela se encontra em uma casa abrigo.

Precisando de roupas, Lígia Costa pediu ajuda da Delegacia da Mulher, que solicitou reforço da polícia para acompanhar a autônoma até a casa. 

A delegada Vilma Alves afirmou que Lígia está muito fragilizada. "É a terceira vez que Anísia é acusada de agressão contra namoradas e companheiras", informou. 

Vilma Alves disse que não pode prender a acusada em flagrante porque a ocorrência foi há quase uma semana. "Isso não impede de a gente abrir um procedimento e pedir a (prisão) preventiva contra ela. A Lígia está refugiada na casa abrigo pois está, segundo ela, com medo de morrer", acrescentou. 

Carmem Lúcia Ribeiro, do Grupo Matizes, acompanha Lígia com a polícia e lamentou a situação. "Infelizmente, não é o primeiro caso no Piauí nessa questão da violência doméstica entre lésbicas. Está difícil combater porque algumas mulheres sofrem caladas e não denunciam suas parceiras, porque são coagidas com novas ameaças de agressão", comentou.

O Cidadeverde.com tentou localizar Anísia Pereira, mas não obteve sucesso. 
FONTE:
Yala Sena (flash)
Fábio Lima (da Redação)
redacao@cidadeverde.com

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