Presidenta da petroleira afirma não ter data para o aumento dos preços e fala ainda que nova rodada de licitação de óleo e gás "é uma necessidade" para "oxigenar portfólio"
"O reajuste de combustíveis certamente virá, mas quando ainda não tem data", disse ela, em entrevista à saída de evento no qual foi homenageada, no Copacabana Palace.
Graça ressaltou que, além do reajuste nos produtos vendidos pela companhia, a estatal trabalha em um amplo programa de redução de custos com o objetivo de garantir maior eficiência e ao mesmo tempo aumentar as margens da empresa. "Trabalhamos para melhorar a rentabilidade", disse Graça Foster. "A discussão sobre o preço dos combustíveis é um exercício diário da Petrobras."
Licitação
Segundo a presidente da Petrobras, a realização de novas rodadas de licitação de óleo e gás "é uma necessidade". Segundo ela, o grande valor das empresas petrolíferas não é o petróleo que produzem hoje, mas o petróleo que vão produzir amanhã. "É uma necessidade de todos nós (empresas que atuam no setor). Certamente, estamos precisando oxigenar nosso portfólio".
Ela defendeu que a Petrobras, o governo federal e as empresas privadas do setor petroquímico se unam para viabilizar nos próximos anos o desenvolvimento da petroquímica no Brasil.
De acordo com Graça, o crescimento nos Estados Unidos de novas tecnologias para extração de shale gas (gás de xisto, fonte não convencional) baratearam o preço do gás internacionalmente, o que está afetando a petroquímica brasileira.
"Shale gas é uma realidade nos Estados Unidos. Exerce uma força de atração muito grande sobre a petroquímica no Brasil", afirmou ela, para quem são necessárias soluções que devolvam competitividade à petroquímica nacional.
Venda de ativos
Graça Foster voltou a ressaltar que nenhum projeto prioritário será incluído integral ou parcialmente no plano de venda de cerca de US$ 14 bilhões em ativos. "Desinvestimento será apenas de ativos com pouca ou nenhuma sinergia", disse a Graça.
Refinaria de Manguinhos, no Rio
Segundo Graça Foster, a polêmica atual envolvendo a Refinaria de Manguinhos e o governo do Estado do Rio não atinge a companhia. Esta semana, o governador do Rio, Sergio Cabral, anunciou a desapropriação do local para a construção de habitações populares para a comunidade das vizinhas favelas de Manguinhos e Jacarezinho, ocupadas domingo por forças policiais.
"A Refinaria de Manguinhos não tem influência na rotina da Petrobras", declarou a executiva, dizendo estar acompanhando o assunto apenas pelo noticiário. A refinaria, controlada pelo grupo Andrade Magro, não compra petróleo da Petrobras e não tem acordo operacional com a empresa. De acordo com o presidente da refinaria, Paulo Henrique Menezes, o único protocolo de intenções entre as duas empresas foi encerrado no ano passado.
Refinarias no Ceará e no Maranhão
Graça Foster também negou que esteja em estudos pela estatal a retirada definitiva dos projetos das refinarias Premium I e II, que serão sediadas no Ceará e no Maranhão.
Essa possibilidade foi levantada por fontes à Agência Estado, caso o governo não promovesse até o início de 2012 um novo reajuste de gasolina e diesel capaz de financiar os investimentos da companhia. "Isso não procede. Não vamos cortar. Não procede mesmo, até porque a Petrobras precisa das refinarias. Gostaríamos que elas já estivessem operando", afirmou a executiva, depois de participar de homenagem promovida pela Lide-Rio, no Copacabana Palace.
Graça admitiu a possibilidade de a Petrobras negociar parceiros da China e da Coreia do Sul para a construção das duas refinarias. Entretanto, ressaltou que uma associação não teria principal objetivo a redução do investimento direto da Petrobras, mas sim a tecnologia que o novo parceiro pudesse agregar ao projeto.
Ela citou como exemplo uma eventual participação de empresas chinesas com expertise neste segmento. "O Cosenza, já conversou com alguns", disse ela, referindo-se a reuniões feitas pelo diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, com possíveis parceiros.
*FONTE: Agência Estado /IG
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