segunda-feira, 26 de setembro de 2011

vida de são francisco

O que mais me chama atenção na vida de São Francisco é a maneira como se lançou em busca da santidade, o que fez para vencer o pecado e viver santamente. Quanto a esse aspecto, vi nos relatos históricos referentes ao santo de Assis, exemplar vida de mortificação, penitência e oração.
Lendo “Legenda Maior”, um livro escrito por São Boaventura, onde se encontram bastantes detalhes da vida austera de São Francisco, pude catalogar algumas de suas práticas que o tornava forte frente ao pecado, verdadeiras loucuras para os homens de hoje, que querem chegar ao céu vivendo uma vida isenta de mortificação e virtude.
Transcrevo, pois, alguns versos do citado livro:

A fim de realizar aquelas palavras do Apóstolo: “Os que são de Cristo crucificaram sua carne com seus vícios e concupiscências” (GI 5,24), e levar no próprio corpo a armadura da cruz:

... refreava os estímulos dos sentidos com uma disciplina tão rigorosa que a muito custo admitia o necessário para seu sustento.[...]

... a contragosto e raramente, aceitava alimentação cozida e, neste caso, ou lhe acrescentava cinzas ou a mergulhava na água para torná-la insípida.[...]

... a própria água ele a bebia tão escassamente, ainda que abrasado de sede[...]

... Era a terra nua que quase sempre servia de leito a seu pobre corpo fatigado[...]

... Muitas vezes dormia sentado, usando uma pedra ou um tronco como travesseiro[...]

... Se a roupa que recebesse parecia muito macia, costumava coser-lhe por dentro pedaços de cordas grosseiras[...]

... no início de sua conversão, em pleno inverno, às vezes, mergulhava num fosso cheio de água gelada para reprimir os desordenados movimentos da concupiscência e preservar ilesa dos ardores do torpe deleite a cândida veste de seu pudor virginal. [...]

... Movido então de um grande fervor de espírito, saiu da cela e foi a um campo que ficava bem próximo e aí, nu como estava, se revirou num grande monte de neve para sufocar assim os ardores da concupiscência. [...]

... Recomendava muito evitar-se com todo empenho a familiaridade e as conversas com as mulheres, porque para muitos elas são ocasião de ruína. Pois, afirmava ele, “é o que perde os mais fracos e enfraquece os mais fortes; conseguir evitar o contágio das mulheres para quem com elas se entretém é tão difícil quanto ‘caminhar no fogo e não queimar os pés’, como diz a Escritura (cf. Pr 6,27). A não ser que se trate de um indivíduo de virtude muito provada”.

... chamava o corpo de “irmão burro”, indicando assim que é necessário carregá-lo de trabalho e de fardos, puni-lo com chicotadas e ser sustentado com alimento ordinário e escasso. [...]

... Queria que seus irmãos observassem o silêncio indicado no Evangelho, quer dizer, que em todas as circunstâncias evitassem com todo cuidado qualquer palavra ociosa, de que no dia do juízo deverão prestar contas (cf. Mt 12,36). [...]

... Embora sofresse dos olhos, do estômago, do baço e do fígado, não se permitia apoiar-se ao muro ou à parede ao recitar os Salmos, mas rezava as horas canônicas em posição ereta, sem capuz na cabeça, sem vagar com os olhos nem engolir as sílabas. [...]

... Julgava pecar gravemente se durante a oração, se deixasse levar por vãs imaginações, e quando lhe acontecia isso, não se contentava com acusar-se dessa falta no confessionário: queria também expiá-la o mais cedo possível. [...]

Afinal, caro leitor, sendo católico, franciscano, devoto,... tinha você percepção destas práticas de mortificação e penitência que estavam presentes no cotidiano de São Francisco de Assis?
Tudo isso concorreu para que ele chegasse ao fim de sua vida imune do pecado mortal, merecendo a coroa da vitória, ao que disse: “Cumpri minha missão: que Cristo vos ensine a cumprir a vossa!”
Que Deus nos ajude a imitar São Francisco, compreendendo ser necessário mortificar o corpo para vivificar a alma.

      por Claudiomar Ferreira de Medeiros Filho, Teólogo e pós-graduado em História

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