Acervo inclui tela inacabada e exemplar do primeiro livro de Chico.
Para humorista Jader Soares, Chico teve ‘mais de 200 vidas’.
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vidas (Foto: Gabriela Alves/G1)
“De cara, a gente se gostou”, conta Soares. A amizade com Chico Anysio e com o filho e empresário, André Lucas, começou pelo interesse em produzir um livro sobre o humorista e fez com que Jader colecionasse, além dos presentes, muitas histórias e recordações. “Quando ele vinha para Fortaleza, só queria que eu o fosse buscar no aeroporto. Quando ia para o Rio de Janeiro, me hospedava muitas vezes na casa do André e sempre o encontrava”, diz.
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Dos encontros em Fortaleza ou no Rio, Jader Soares levava para casa algum “carinho” ou lição de Chico. Ao mostrar a tela inacabada, ele se lembra da inquietude e dos múltiplos talentos do artista. “O Chico não conseguia ficar parado. Sempre dizia que queria comprar dias com 25 horas, mas o Ziraldo (cartunista) já tinha comprado todos”, diz.O catálogo do espetáculo “Chico Anysio Só...”, primeiro show do humorista, em 1970, pode ser folheado com cuidado e muitas risadas por quem visita o acervo de Jader. A publicação está guardada em uma estante com edições dos mais de 20 livros publicados por Chico, além de outros registros do artista na música, na televisão e no cinema. Na mesa de prêmios e homenagens, está um Troféu Imprensa, dado ao 'Chico Anysio Show' por melhor programa humorístico de 1985 da televisão brasileira.
Vidas e personagens

(Foto: Gabriela Alves/G1)
Apesar de conhecer bem a carreira e a vida de Chico, Jader não consegue eleger um personagem preferido entre as 209 criações do artista. Nas paredes do teatro que leva o nome do humorista, são expostas quadros com ilustrações de 40 personagens feitas por Ziraldo, amigo de Chico.
“Até hoje, eu não consigo acreditar que era o Chico quem interpretava o Bozó (personagem conhecido pelo jargão 'Eu trabalho na Globo, tá legal!?'). Acho impressionante a transformação.
É completamente diferente dele”, confessa. No caso de outros personagens, como o Professor Raimundo, Jader diz enxergar a personalidade do humorista. “ No Professor Raimundo, vejo a generosidade do Chico. O personagem servia de escada para outros humoristas. Ele não é engraçado, ele deixa que outros sejam engraçados”, conta.
Homenagens
Um dos momentos mais emocionantes para Soares foi substituir Chico Anysio no palco em 2008. “Ele veio para um show com o André Lucas no Theatro José de Alencar. Teve de ser internado e me pediu pessoalmente para fazer o show no lugar dele”, lembra. Depois da substituição, Jader também foi convidado pelo próprio Chico para participar do show “Chico e Amigos”.
Além de homenagear Chico Anysio com a criação de um teatro que também abriga o Museu do Humor Cearense, Jader Soares escolheu a data do aniversário de Chico, 12 de abril, para idealizar o Dia do Humorista. A homenagem foi aprovada por vereadores e, em 2003, virou lei em Fortaleza e em Maranguape, cidade natal de Chico.
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